segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Um Desiderato " O Bombarral "

O Bombarral é um concelho bem localizado geograficamente, rasgado por acessibilidades, umas projectadas no passado outras no presente, ambas com grandes potencialidades quanto ao futuro.
Alguns, teimam em afirmar que a A-8 é uma calamidade, esvazia o comércio e os serviços, e que o caminho de ferro não tem importância na actualidade e não dá perspectivas quanto ao futuro.
Outros, acenam com o papão da satelização urbanística, em relação a grandes aglomerados urbanos como, Lisboa, Leiria ou Santarém….
Outros, defendem que o Bombarral nesta letargia de desenvolvimento é que está bem, nada de confusões. É a terra ideal para reformados, desde que adaptados a uma pacatez e pachorrenta insensibilidade social e cultural, nada de manias novas, sempre assim foi e assim é que tem de ser.
Estas contradições ao nível do conhecimento, tem sido a génese preconceituosa da orientação da vida politica, económica e social da sociedade Bombarralense, ao longo dos últimos anos.
O cidadão comum absorvido no trabalho do dia a dia, naturalmente deixou para a classe politica, a gestão, a orientação, o rumo estratégico de desenvolvimento concelhio.
Actualmente, o Bombarral não tem uma estratégia de desenvolvimento, não tem uma ancora para servir de tampão a uma crise social reflectida na falta de perspectivas empresariais e de manutenção e criação de empregos.
A Agricultura e o Mundo Rural em Portugal, está numa encruzilhada sem sentido, passa por uma crise sem precedentes, tecnocratas nacionais com convicções europeístas vão destruindo o que resta em termos estruturais e lançando a descrença na mente dos produtores, as ajudas tardam e não estão planeadas e organizadas, para a tipologia rural da região Oeste e do concelho do Bombarral.
O comercio tradicional debate - se diariamente com uma crescente falta de clientes, devido a um reduzido poder de compra, todos os dias fecham lojas e aumentam os nºs de desempregados
Os serviços sejam braçais ou administrativos estão a sofrer as consequências das situações anteriores.
Actualmente em democracia, os autarcas concelhios, principalmente a câmara e a assembleia municipal, tem a responsabilidade na gestão e na dinâmica a imprimir no aproveitamento das potencialidades endógenas, numa estratégia de interacção e captação de mais valias, ora junto das instancias regionais, nacionais e internacionais, ora junto de agentes do meio empresarial e económico nacional e internacional.
A câmara municipal tem de possuir influencia politica, estar na linha da frente, onde são discutidas as politicas de desenvolvimento regional, na actualidade tem de possuir carácter de liderança, de forma a motivar um tecido empresarial concelhio algo fragilizado.
Na agricultura tem de apoiar as suas organizações, que por falta de apoio estatais estão condenadas ao fracasso.
Tem de considerar a fileira da Pera Rocha, como ancora da sustentabilidade da economia agricola concelhia, e a Pera Rocha, como produto alvo, que pode catapultar bem alto nome do Bombarral, alavancando outras oportunidades empresariais e comerciais.
No comércio e serviços há que pensar em aproveitar enquanto há tempo, alguns terrenos situados dentro da vila, ocupados com casas velhas ou á espera de novas oportunidades para construirem mais uns andares, negociando com os proprietários, com dinheiro dos interessados e se for preciso permutando com terrenos da CM Bombarral, de forma a ficarem disponíveis para instalar alguma media superfície que parece andar por aí perdida a querer instalar – se mais vez na periferia da vila, esvaziando o seu epicentro económico e social.
Ao pretenderem instalar mais uma estrutura de comercio e serviços, ( só pode ser tipo centro comercial Vivaci ou Arena) com capacidade promocional a nível nacional, e só no centro do Bombarral, para funcionar como uma alavanca geradora de movimento de pessoas e bens, criando novas oportunidades para instalar negócios, desatolando os comerciantes locais e o comercio tradicional de um verdadeiro charco politico/administrativo em que foi envolvido.
Mas, não se esqueçam de construir estacionamentos enquanto há terreno disponível, de preferência gratuitos.
Quanto á industria para começar, um pequeno parque industrial, com algumas valências, através de uma incubadora de empresas prestando e agilizando apoio ás instaladas no concelho, e pesquisando nos meios empresariais, oferecendo inovadoras condições de instalação á procura, por exemplo estruturas para produção, utilização e venda de energias renováveis.
Com uma sólida gestão estratégica das potencialidades concelhias, naturalmente sem grandes exercícios, mas com alguns conhecimentos académicos, novos rumos surgirão para o turismo, a educação, o desporto e para a maltratada cultura popular.