quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

POLITICA AGRICULTURA e PESSOAS

A maioria das pessoas que vivem da produção agrícola em Portugal, em particular na região Oeste e no concelho do Bombarral, passam actualmente por momentos de profunda e depressiva angustia, estão gravemente pessimistas quanto ao seu futuro e das suas famílias.
Este problema social, gerado por politicas económicas subordinadas a um capitalismo cego, selvagem do ponto de vista humano, visando somente o lucro, que leva a que as microeconomias locais, não consigam concorrer com os grupos económicos ancorados nos circuitos da finança mundial, mandatária das politicas nacionais.
Assim; Portugal, como um aluno bem comportado, tem aprendido e antecipado a aplicação de todas as exigências por parte do capitalismo da U E, que visem destruir o sector primário, neste caso a agricultura portuguesa, só terá futuro, depois de ficar na posse de agricultores estrangeiros, construíram o Alqueva, mas quem vai usufruir da sua agua ?
Naturalmente, agricultores estrangeiros, beneficiando das ajudas financeiras comunitárias e dos países de origem, uma vez que os agricultores portugueses, como estão a definhar, passaram o anterior quadro comunitário de apoio, 4 anos, á espera de uma verdadeira politica agrícola, actualmente o novo QCA ou melhor PRODER já perdeu 2 anos,
assim quem pode ser gestor na Agricultura Portuguesa?
Assim voltamos á região Oeste, e começa – se a perceber, porque os alquevas, de Óbidos, Alvorninha, Sobrena, Atouguia da Baleia , tenham absorvido milhares de contos em estudos, que antecederam a sua construção, e somados os milhares depois de concluídas as obras , é fácil de dizer e ver, que foi uma engenharia dos agentes da politica nacional e regional, para se servirem dos dinheiros da agricultura.
Portugal desde sempre foi um pais rural, nunca teve uma politica de desenvolvimento agrícola, mas algumas micro – regiões contrariaram esta quase fatalidade.
Está neste caso o concelho do Bombarral. Ao longo dos ultimos dois séculos, devido a possuir um micro – clima propicio a produção de algumas culturas, território disponivel, aceitou de baços abertos migrantes, homens e mulheres, oriundos do sector primário, obrigados pelas vicissitudes da vida, a abandonarem o berço de origem, na procura de uma terra que garantisse as necessidades básicas , uma casa e alimentação para si e sua família.
Foram homens e mulheres que povoaram o território, através dos mais variados tipos de colaboração, com os locais, proprietários, rendeiros, caseiros, ou melhor com os detentores da terra, através da força braçal, as vezes com a ajuda de alguns animais desbravaram, matagais e silvados, abriram carreiros e serventias, construíram poços e fontanários.....com poucos meios contribuíram de forma decisiva para que o concelho do Bombarral, devido a sua vocação natural, se afirmasse como potência agrícola a nível nacional.
O vinho, o bacelo, os horticolas, e posteriormente a Pera Rocha, foram e são os principais contributos para a economia concelhia, desde logo se percebe a elevada dependência do emprego e do rendimento por capita concelhio, da vitalidade ou não, destes sub – sectores agrícolas.
Uma vez que o concelho do Bombarral, por falta de estruturas perde diariamente oportunidades de instalação de empresas e criação de novos empregos, não pode esquecer que as principais empregadoras concelhias, são as estruturas de armazenamento e comercialização de Pera Rocha, maçã, horticolas, bacelo e vinho.
Mas, a principal empregadora, a agricultura, está em crise, a sua falta de rendimento, arrasta o comércio, industria e serviços tradicionais, para uma crise económica e social sem precedentes nos tempos modernos, o que exige uma terapêutica politica – institucional, que respeite os velhos migrantes e os seus descendentes.