Em Portugal, independentemente dos regimes políticos de ocasião, nunca houve interesse por parte dos governos, em desenvolverem uma cultura e formação académica e profissional que valorize e motivasse a população para as ações grupais, que as preparasse a nivel do conhecimento, para a importância da criação das associações económicas e profissionais, cooperativas de produção, comercialização e distribuição, agrupamentos de produtores e prestadores de serviços, para combater os malefícios do individualismo na produção e comercialização de produtos agrícolas, agro-alimentares e outros.
Este tipo de atitude comportamental dos governantes ao longo da historia passada e recente, funcionou como uma autodefesa para protegerem a sua mediocridade, só contribuiu para os maus resultados atuais, e evidencia os pontos fracos de uma sociedade, suportada por uma estrutura fundiária, económica e social, muito fragmentada, que fragiliza o desenvolvimento e reestruturação da economia a nível concelhio, regional e nacional.
O governo português e em particular os municípios do Oeste, na sua maioria rurais, onde a economia do mundo rural, sempre teve grande importância a nível social e do emprego, para além de nunca se terem preocupado em apoiar politicamente, a criação de um plano estratégico para a agricultura regional, onde nos seus executivo, nem pelouros para agricultura ou mundo rural ousam criar, que respeitem as especificidades endógenas, nomeadamente a produção e comercialização da Pêra Rocha, maçã, horticultura, uva, vinho, bacelo…produtos tradicionais, estão a apoiar com beneficias económicos e isenções fiscais, a instalação de grandes estruturas de distribuição hortofruticola e agro-alimentar, sem definir os objetivos.estratégicos e a salvaguarda das produções locais, regionais e nacionais,
Estas estruturas instalam - se, desde a mais pequena vila, em pleno epicentro da produção agricola, e centralizam as suas compras na importação, relegando para o esquecimento, a fruta, hortícolas, uva, vinho, carne, peixe, leite, ….regionais, empurrando para a falência, as cooperativas, associações, agrupamentos de produtores, pequenos e médios produtores Nacionais.
Os sucessivos governos portugueses, embalados pela subtileza dos euros comunitários, que tudo compravam e proporcionaram faustosos honorários de consultores e assessores dos sector secundário e terceário, ligados aos grandes grupos económicos, monesprezaram o Mundo Rural e a produção agrícola, deixaram de possuir uma estratégia orientadora, quanto ao que interessa produzir, na agricultura, liquidaram as equipas de extensão rural do Ministério da Agricultura, retiraram os apoios ás associações de agricultores, que ficaram sem meios para manterem o apoio técnico aos agricultores.
O que se passa em Portugal, na agricultura, é uma vergonha, é um verdadeiro crime lesa Pátria, só 8% do território é agrícola, o restante é floresta, na sua maioria selvagem, daí o aumento da deflagração dos fogos, e não temos cereais para produzir farinha para o fabrico de pão e rações para os animais, agora falta o açucar, há dificuldades na importação de extratos de cana de açucar, porque os países grandes produtores viraram – se para o Biodisel, e o governo português a mando da U.E. liquidou a produção da industria e produção da beterraba sacarina , em Portugal .
Para os portugueses não passarem fome por falta de produtos agrícolas, Portugal importa mais de 95% da sua alimentação. Destas importações, 40%, são cereais para a produção de rações, dirigida á criação de animais de carne e leite, e agora até o peixe, delapidando um patrimómio muito português, os homens e mulheres do mar, e a nossa orla maritima.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
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