terça-feira, 20 de julho de 2010

LINHA FERREA do OESTE que FUTURO ?

A Linha - Ferrea do Oeste foi construida no sec XIX, e tornou – se um factor muito importante para o desenvolvimento economico e social de uma parcela territorial Nacional.
Atravessa a costa litoral de Portugal, liga Lisboa á Figueira da Foz, passa por vilas e cidades, a maioria com grande potencial turístico e empresarial, de igual modo a nivel de passageiros e mercadorias.
Actualmente, região Oeste/ Leiria está sujeita á competitividade e dinâmica regional de Lisboa e Porto, e a reconversão da sua linha férrea é uma acessibilidade moderna e potenciadora do desenvolvimento regional, está a ser subjugada aos interesses politicos e economicistas de grupos com multipoderes.
Esta situação pode parecer lacónica para uns, outra coisa qualquer para outros, mas não restam duvidas que a as populações regionais tem de começar a ter comportamentos mais activos, e estarem cada vez mais atentas á Linha-Férrea do Oeste, porque esta corre o risco de desaparecer, e os seus representantes nos foros de decisão politica parecem omitir a sua centralidade e importância para a valoração dos recursos endógenos regionais potenciadores da sua competitividade;
A oferta diária de dois comboios para passageiros, é uma estratégia degradante para a viabilidade da Linha - Férrea do Oeste, e prejudica as populações e a região, quando a esta, para além de ser importante meio de transporte, pode ser de igual modo, na preservação ambiental, reduzindo a emissão dos gases com efeito estufa por parte dos transportes rodoviários;
Começam a não restar duvidas, que o estrangulamento da Linha - Férrea do Oeste, é uma tentativa de liquidação de uma alternativa de qualidade, ao movimento rodoviário e poluidor das A-1 e A-8.
As populações residentes e até em trânsito, na região Oeste/Leiria sabem que a electrificação e duplicação da Linha - Férrea do Oeste, no trajecto Leiria/Lisboa será reduzido para 70 minutos, em transporte regular, que sirva as regiões Oeste/Leiria e as cidades e vilas de Torres Vedras, Bombarral, Óbidos, Caldas da Rainha, Alcobaça, Marinha Grande, Leiria .... Figueira da Foz, e que é imprescindível para o desenvolvimento empresarial, social e económico regional, de forma a facilitar a circulação de comboios rápidos de passageiros e mercadorias;
Actualmente, a Linha - Férra do Oeste, apesar de existir a A – 8, continua a ser a acessibilidade do futuro, em termos económicos, sociais e ambientais, mas também está a ser estrangulada pelos interesses da almofada fiscal e politica, gerada na envolvente rodoviária, que se está a sobrepor aos das populações potencialmente utentes do Caminho-de-Ferro do Oeste.
Agora! As populações do Oeste perguntam, onde estão as contrapartidas negociadas pelos seus autarcas, como contrapartidas pela perda do Aeroporto da Ota ?

MON BARRAL ou BOMBARRAL de ÓBIDOSl

O território que hoje constitui o concelho do Bombarral, foi doado por D. Afonso Henriques aos Monges de Cister e passou a integrar os Coutos de Alcobaça.
Terra que o homem de letras, Dr Leite de Vasconcelos, apelidou de perola natural, situada entre a serra e o mar, um oásis, onde havia pão e vinho.
Actualmente, o concelho do Bombarral continua a manter a mesma caracterização natural, onde o património natureza e histórico, apresenta praticamente intactas todas as suas potencialidades, algumas evidenciadas nestes rabiscos literários.
O nome de Bombarral teve origem na estrutura argilosa dos seus solos, Montes de Barro, Monte Barral, Mon Barral.
Os aglomeradis urbanos que deram origem ao concelho do Bombarral, tiveram a sua génese no sec. XIII, na criação da Quinta da Granja, pelos Monges de Cister de Alcobaça, cujo território foi conhecido no sec. XVIII, como “ Terras da Rainha”
O Rio Real, nascido na Serra do Montejunto, atravessa parte do território outrora Mon Barral, ladeia a praça do Municipio, sob a indiferença de alguns Bombarralenses, foi navegavel até á lagoa de Obidos, deu origem á lenda de S. Pedro de Finisterra, depois Senhor Jesus do Carvalhal.
A história relata que um pescador lá para os lados de Peniche / Lagoa de Óbidos, encontrou á deriva na praia, um enorme caixote que tranportou ás costas até á exaustão, largou – o num sitio chamado Carvalhal de Óbidos, continha um cruxifixo do Senhor Cruxificado, assim nasceu a lenda que levou á construção do Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal.
No sec XVI, instalou – se no Carvalhal, uma personagem com relevancia histórica, o fidalgo Lafetá, ligado á finança italiana e de Flandres, que em parceria com a realeza portuguesa dominava o mercantilismo da pimenta, proveniente do comércio maritimo de além mar.
Construiu em pleno sec. XVI, a Torre Medieval do Carvalhal de Òbidos, onde foi encontrada uma coleira em latão com os seguintes dizeres, “Este preto eh Agostinho de Lafetá do Carvalhal de Óbidos” e o Solar da Quinta dos Loridos de Òbidos.
Este mercantilista da pimenta, como paga dos serviços/negociatas com o rei de Portugal, foi por este tornado fidalgo, daí a necessidade da construção de uma casa brasonada, o Solar da Quinta dos Loridos, cuja construção obedeceu aos traços arquitectónicos italianos, e nas ferteis terras desta quinta, encostas e varzeas, foram plantadas vinhas para a produção de vinho, cujo amanho era feito por africanos negros, provenientes de S. Tomé e Cabo Verde.
Igualmente no sec. XVI, as familias Cunhas e Coimbras consrtruiram o Palácio do Gorjão, dedicavam – se ao comércio negreiro, transicionando escravos de S. Tomé e Cabo Verde para o Brasil e territórios europeus.
O complexo do Palcio do Gorjão com a genese da sua criação histórica e o potencial das suas valencias actualmente subaproveitadas, como a sala de arqueologia, escultura, etnografia, auditórios, adro, biblioteca… espólios de Julio Cesar Machado, Jorge de Almeida…, de arqueologia encaixotado no Sotão do Palácio á espera de classificação e etiquetagem, poderá ser uma ancora dinamizadora da cultura e do turismo concelhio.
O Palacio do Gorjão poderá ser um centro cultural, um ponto de partida para não deixar cair no esquecimento, por exemplo, o Santuário do Senhor Jesus do Carvalhal, a Ermida de S. Brás, onde se econtra o tumulo de Luis Henriques, o 1º dos Henriques do Bombarral, heroico cavaleiro da Ala dos Namorados na batalha de Aljubarrota, as Grutas da Columbeira, a sua parceira Azenha, a Serra do Picoto, o esqueleto de um Parque Temático ou Diversão, lamentalvelmente abandonado, a Batalha da Roliça, o tumulo do tenente coronel Lake, o património publico e privado das aldeias….
Estas valencias que associadas a outras, são fundamentais, para criar uma imagem de qualidade em ambiente rural e natureza, de forma a atrair pessoas ao concelho do Bombarral, única estratégia com pés para andar, em prol do desenvolvimento do comércio e economia, concelhia.
O complexo do Pálacio do Gorjão, pode ser muito importante como unidade orgânica e centro gestionário de empreendedorismo cultural e turistico, aproveitando a recente dinâmica turistica em espaço rural nas quintas concelhias, em ligação com outras valências, como o Tearo Eduardo Brasão, no Outouno/Inverno, a centenária Mata Municipal, também ela de Cister, a Praça do Municipio no regaço com o historial do Palacio dos Henriques, actualmente Câmara Municipal desde de 1949, sem esquecer o Largo da Igreja com o historial da Igreja de S. Salvador do Mundo, inaugurada em 1953…, na Primavera /Verão, deitando mão á sua génese rural e histórica, para a oferecer e exibir perante os fluxos turisticos sazonais, oriundos das grandes metrópoles urbanas.
O concelho do Bombarral teve três etapas no seu desenvolvimento:
- A primeira foi com a fundação da Quinta da Granja, pelos Monges de Cister de Alcobaça;
- A segunda com a criação e desenvolvimento das explorações agricolas, produzindo cereais e vinho;
- A terceira, em 1872, com a construção do Caminho - de - Ferro, que foi a grande alavanca para o desenvolvimento e criação do concelhio, nesta epoca surgiu uma grande figura empresarial Abel Pereira da Fonseca, que passou a utilizar este meio de transporte para escoar o vinho, produzido nas suas quintas das Cerejeiras e do Sanguinhal, situadas em território pertencente actualmente ao concelho do Bombarral.
Hoje, temos o mesmo Caminho-de-Ferro, mais a A – 8, só nos falta criar condições para a instalação de empresas e empresários, com eles a criação de empregos e a fixação pessoas no concelho de Bombarral.
O concelho do Bombarral pertenceu ao concelho de Óbidos até 1836, ano que passou a pertencer ao concelho do Cadaval, sendo novamente anexado a Òbidos em 1855, tendo – se separado em 1914, sendo sede de concelho até aos nossos dias.
Com tal espólio histórico, será que o Bombarral, os Bombarralenses, não serão capazes de o utilizar, de esgrimir as tecnicas do Marketing, na promoção do meio rural, turismo, cultura, economia social e empresarial, educação e porque não na politica?
O concelho Bombarral precisa urgentemente, que os seus cidadãos se afirmem a nivel pessoal, cultural, empresarial e politico nos palcos do xadrez das influências decisórias regionais e Nacionais.
Os lideres verdadeiramente bombarralenses, a desempenharem cargos nas instituições, em particular autárquicos e partidários, tem de trazer para a politica e intervenção na comunidade, principios éticos justos, para moldar comportamentos e ultrapassar mediocres divisionismos, que muitas vezes a coberto de ignorantes laivos de arrogância, desmoronam- se perante o olhar de algum obervador mais atento e informado..
Em periodo de dificuldades, os responsaveis politicos, tem de demonstrar e imprimir confiança, definindo uma estratégia de parceria com a sociedade civil, para enfrentar a crise financeira actual, e não omitir, que estas, devem – se em grande parte á conjuntura actual e muito mais, á mediocridade gestionária de executivos camarários anteriores.
Os responsáveis politicos Bombarralenses, não se podem inibir perante as dificuldades conjunturais actuais, tem de mobilizar e procurar o apoio da comunidade concelhia, alertando que se o concelho do Bombarral, não conseguir criar condições para aproveitar as ajudas financeiras do actual Quadro Comunitário de Apoio e entrar no caminho do desenvolvimento económico e social integrado e sustentado, corre o risco de ao abrigo de legislação que se avizinha, determinando a extinção dos governos civis, a anexação de alguns concelhos e freguesias menos desenvolvidas, voltar a ser Mon Barral ou Bombarral de Óbidos.