segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Emigrantes e Mercados Emergentes

Em época natalícia nunca é demais lembrar amigos e conterrâneos que devido aos imponderáveis da vida labutam além fronteiras.
Na Região Oeste a maioria das câmaras municipais tem ligações ás suas comunidades de emigrantes, instaladas por esse mundo fora.
Na época natalícia é normal assistir – se á visita de autarcas oestinos ás comunidades portuguesas nos países de acolhimento.
Estas visitas, de autarcas, normalmente acompanhadas por um ou outro artista do cancioneiro nacional, que cantam musica pimba, folclore, fados de Lisboa ou Coimbra, dançam o fandango ou o corridinho, jogam o pau,… empolgam o ego português terminando sempre com o Hino Nacional, e em muitos casos com um chequezito para ajudar os bombeiros ou lar de idosos a construir lá na Terra.
Para alguns o Natal, outros o Verão, são épocas de matar saudades ou gozar férias e também de veraneio para recarregar baterias físicas e psicológicas. É digno de ser visto, aproveitam para mostrar as suas raízes a filhos e até já aos netos, a relembram junto de amigos já grisalhos, pedaços da sua juventude e aqueles que já partiram mas ficaram na memória. Outros, é vê – los nas suas aldeias a zelar pelos seus haveres, investimentos que muito tem contribuído para o enriquecimento patrimonial e urbanístico das nosso Mundo Rural e dinâmica de sustentação da economia de PMEs, ligadas á construção e materiais de construção civil.
Salvo algumas excepções, por motivos académicos procurando meios técnico científicos mais desenvolvidos, ou outrora, por motivos de discordância politica, muitos portugueses deixaram a sua terra natal porque esta lhe foi madrasta, não lhe assegurou condições de vida decentes para si e familiares.
Muitos, conseguiram organizar as suas vidas nas terras de acolhimento, constituíram família, a maioria foram trabalhadores dos sub-sectores primários, hoje tem filhos e netos, alguns já bisnetos, são operários, empresários, políticos ou cientistas, mas continuam a ser portugueses.
Portugueses de várias gerações, que governos e assembleias da republica de um passado não muito longínquo, não tem prestado a devida atenção, interessa –lhe mais as benesses pessoais sopradas da União Europeia.
Actualmente, é fácil contactar com jovens, filhos, netos ou até bisnetos de famílias portuguesas, por esses quatro cantos do Mundo, que querem ser portugueses, e consulados ou embaixadas pagas com o dinheiro cá do burgo á beira mar plantado, os vai monesprezando, desmotivando o seu ego lusíada, criando dificuldades burocráticas a torto e a direito, com o passar do tempo obrigando – os a ser, somente brasileiros, americanos, canadianos, franceses, alemães, ingleses, australianos, angolanos, moçambicanos, cabo verdeanos, neo - zelandeses …….
Tudo isto é um grande absurdo, numa época em que a população lusitana está a diminuir, renegando a possibilidade de as 2ª e 3ª gerações criarem um cordão umbilical virtual, mas real, com as gentes e terras dos seus pais, tios ou avós.
Parabéns! Aos autarcas com visão estratégica e sentido de nação, mantendo uma permanente interacção com as comunidades de emigrantes, deixando – se de manias do novo riquismo global, sustentado por um egocentrismo parceiro de grandes défices de conhecimento e humanismo, exercendo o ministério da proximidade, numa perspectiva de relações humanas, afirmando que o homem está primeiro, e Portugal, precisa do contributo de gentes de sangue e ideais lusíadas, independentemente do local onde se encontram.
Há que estreitar e intensificar cada vez mais as relações culturais, empresariais, económicas e politicas, com os países tradicionais de emigração portuguesa, e prestar mais atenção aos mercados emergentes de expressão portuguesa.
Angola, Brasil, Cabo Verde, e Moçambique neste momento perfilam – se como grandes oportunidades, para muitos, pequenos empresários, agricultores, operários, jovens técnicos, sem possibilidades de exercerem a sua vida profissional em Portugal.
Com o aumento nesses países da população europeia e em particular de expressão portuguesa, criam – se novas oportunidades de negócios para os produtos portugueses, que tem procura e são preferidos.
Muitas destas questões tem de ser planeadas e organizadas pelo Governo Português, mas aqui numa estratégica politica de proximidade, as autarquias tem a obrigação de desbravar caminhos, criando canais de comunicação e relações politico - institucionais, para facilitar a circulação bilateral de pessoas e bens, a instalação de empresas, e o conhecimento de culturais endógenas.
Como consequência de uma crise real e permanente começa a ser importante para algumas empresas e pessoas agilizar a passagem de vistos e autorizações de residência ou a entrada e circulação de produtos e bens ?
Na região Oeste tem havido grandes oportunidades desaproveitadas de realizar geminações ao mais alto nível com os Países Lusófonos, mas a atenção tem sido somente dirigida para os fundos comunitários que pagam os grandes projectos e grandes consultadorias e deixam a maioria dos portugueses na penúria.
As geminações facilitam as relações institucionais a nível social, económico, profissional, empresarial, cultural, técnico – cientifico, politico, entre pessoas Para abrir portas, não são precisos milhões, é preciso humildade e conhecimento. Quanto custará em Portugal, com o apoio do município, no Natal de 2009, um pequeno contentor cheio de caixas de lápis, borrachas, papel, esferográficas, pastas, para oferecer directamente pela escola X, a escolas em Angola ou Moçambique? Quanto custará a ida ao Brasil, de um enólogo a um seminário sobre vinha e o vinho, e aproveitar para apresentar vinhos concelhios ou regionais, bacelos, tecnologias da vinha…, uma vez que há oportunidade de plantar vinhas e instalar agricultores ? Quanto custa a ida a feiras internacionais como a Filda em Luanda ou a Facim em Maputo ou a Frutal em Fortaleza com produtos agricolas frescos e transformados, construção civil, turismo ?
Actualmente, um município, até por integrar várias organizações regionais e nacionais, que lhe permitem acesso a informações privilegiadas, tem a obrigação de utilizar a sua influencia institucional e politica para criar canais de comunicação formal, em cooperação ou parceria, com instituições de países detentores de comunidades de emigrantes lusíadas, de modo a facilitar a instalação bilateral de empresas e circulação de pessoas e bens Para tudo é preciso dinheiro, mas será mais fácil se existir geminações, relações politicas bilaterais entre instituições similares ( Municípios). E depois exigir perante os poderes regionais e nacionais que detém os dinheiros comunitários, em destinar uma parte significativa, para a promoção dos recursos portugueses, onde a reorganização e aproximação ás comunidades de emigrantes no Mundo,

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