terça-feira, 21 de setembro de 2010

FEIRA da PERA ROCHA e um Concelho

A Pera Rocha é uma variedade portuguesa, que em 1836, através de semente, surgiu num quintal em Sintra, cuja propriedade pertencia a um alquilador de cavalos, de nome António Rocha.
Este senhor, ao contatar com um delicioso fruto, atraente, doce e muito aromático, cuja durabilidade não tinha comparação com outros similares, numa epoca em que não existiam frigorificos, não guardou segredo e esmerou –se em mostrá –lo e dar a provar aos seus amigos.
Estes ficaram estupefatos, começaram a querer conhecer tais fruteiras, embora dispersas, para retirarem varetas, levando -as para os seus quintais, através do enraizamento varietal ou enxertia de outras variedades consideradas de menor qualidade.
E assim, a variedade de Pera Rocha de forma quase envergonhada, porque nessa epoca não havia hábitos de consumo de fruta, chegou de forma dispersa ou em bordaduras, ao concelho do Bombarral, fruto de uma penetração timida em territorios de vinho e cereais, a Estremadura, com o adolescente Oeste a tentar emancipar – se.
O concelho do Bombarral, sem preconceitos ou complexos de qualquer espécie, tem a obrigação e o direito de assumir – se, como o Berço Histórico, assim como Sintra da maternidade, dessa deliciosa pera de nome, Rocha.
Chegou ao concelho do Bombarral, há quase um século, á varzea da Requeixada, do lado de lá, do Rio Real, piscando o olho á baixa Bombarralense, onde foi plantado o primeiro pomar de Pera Rocha do Mundo, ordenado e com dimensão económica. Esse pomar ainda existe e obtem excelentes produções, e no Casal do Urmal, freguesia do Vale Covo, algumas irmãs ou primas, na actualidade ainda rivalizam em quantidade e qualidade com pomares mais novos.
O Concelho do Bombarral, possui um Micro – Clima e terrenos franco - argilosos favorecidos pela natureza, para a produção de Pera Rocha.
Como prova ao longo de quase um século, a produção de excelentes frutos em sequeiro, a sua genética, através de clones apropriados, dotam – nos com carateristicas organaléticas impares, são rústicos, suportam conservação e transporte, a sua doçura e aroma, convertem – nos em apeteciveis manjares, em fresco de preferencia maduros já com uma cor amarelada, ou transformados em bolos, compotas, licores, conservas e outras delicias culinárias….
Os pomares de Pera Rocha, instalados em sequeiro, em particular de Meia Encosta, em terrenos ferteis e clones selecionados, foram estudados há mais de duas decadas pelo saudoso e estudioso, Eng Amado da Silva e seu colaborador directo Eng Jose Alexandre, por um lado, como alternativa á rega e ao excesso de utilização de agroquimicos, e a necessidade de racionalizar o consumo de um recurso natural que começa a escassear, a água, e preservar em termos ambientais os lençois freaticos, consolidando a possibilidade de reduzir os custos de produção e produzir frutos mais saudáveis.
As Peras Rochas produzidas em sequeiro, no concelho do Bombarral, foram o suporte nestes ultimos 30 anos, para enfrentarem as amarguras de conservação e transporte, que facilitou á penetração em vários mercados, internos e internacionais.
Esta prática cultural da Pera Rocha em sequeiro, na região do concelho do Bombarral, desde que seja apoiada pelos autarcas e politicos locais junto dos foros competentes, estruturas concelhias de comercio grossista da Pera Rocha, poderá ser a ancora, a boia de salvação de uma economia concelhia e população sem rumo.
Em sequeiro, a “Pera Rocha Natureza”, atinge mais facilmente o ponto ideal de consumo, o chamado BRIX, exigido pelas tecnicas de conservação e importadores mais exigentes e longinquos, associadas ás tecnicas do Marketing Social, Natureza, Turistico…trabalhando em prol da criação de emprego, saude alimentar, gastronomia á base de produtos frescos e naturais, qualidade de vida, pode recolocar o nome do Bombarral, num patamar de imagem de desenvolvimento, que poderá abrir portas a outras valencias.
(Convém pensar que outras valencias só aparecerão, se fôr criado um Parque Tecnologico, para dar sequencia aos pedidos de informação de terrenos disponiveis para instalar empresas, que surgem na câmara municipal, várias vezes por semana.)
Aqui surge a Feira Nacional da Pera Rocha – Mostra de Artesanato Doçaria e Gastronomia Regional, como uma montra para mostrar o que existe no Mundo Rural concelhio, como foi proposto há 17 anos, pela Associação de Agricultores do Oeste, e assumiu a sua realização durante 15 anos, com pouco meios, €15000, até que surgiu a anterior gestão camarária, que pagou sempre com grande atraso e algumas vezes nem isso, achou por bem assumir directamente a sua organização no ultimo ano do mandato, e por incompetencia ou má fé, deixou € 30000 de divida a fornecedores e prestadores de serviços.
Daí as dificuldades da actual Camara Municipal do Bombarral, em organizar em 2010, o Festival do Vinho e a Feira da Pera Rocha, o Jose Manuel Vieira, o senhor presidente, tem de agradecer aos seus companheiros que se dizem do seu partido, a prenda, a partida de lhe pregaram, dividas de € 50.000 do Festival do Vinho e € 30.000 da Feira da Pera Rocha do ano de 2009.
Esta herança e prenda, deixada pela anterior câmara municipal, demonstra o nivel de bairrismo, de orgulho em ser do Bombarral, de lealdade, de respeito pelas pessoas e coisas. Este comportamento explica a desconsideração, o desinteresse em pagar os dinheiros que permitem ás juntas de freguesia, colectividades, associações, …. fazerem obra e mobilizarem as suas comunidades.
Contrataram os “Santos e Pecadores” para o Festival do Vinho de 2009….fizeram uma grande festa…prometeram mundos e fundos aos trabalhadores camarários, para lhe apanharem os votos, depois para lixarem o “Vieira”,… mas deixaram os cofres vazios e dividas, má sorte a dos Bombarralenses, confiaram neles, mas com gente desta, o Bombarral não podia sair da cepa torta, foram tão vingativos, que até lixaram os deles !
Á população concelhia, agora, só resta acreditar que nos próximos 3 anos, as pessoas que constituem o actual executivo camarário, sejam autenticos e verdadeiros Bombarralenses.

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