domingo, 5 de setembro de 2010

FESTIVAL de HISTÓRIA e VINHO


A autarquia do Bombarral, quando afecta em termos orçamentais verbas financeiras, para realizar certames de animação e promoção económica e turistica, deve deitar mão á sua memória histórica, á sua génese de formação concelhia, extrapolando e valorizando, o historial de um passado, que associado a uma actualidade recheada de fragilidades e equivocos, abra horizontes para alavancar uma nova estrategia de desenvolvimento.
No Bombarral, quando se fala em certames com projecção Nacional, necessáriamente tem – se de falar e pensar, na Feira Nacional da Pera Rocha – Mostra de Artesanato Doçaria e Gastronomia Regional, e no Festival do Vinho Português, se houver vontade politica, uma visão bairrista afastada de preconceitos mesquinhos, poderão ser uma mostra museológica de um passado de grande valia histórica, impulsionador de uma montra contemporânea, de um presente, delineador de um futuro que não tem tempo para esperar.
Hoje, vamos falar do Festival do Vinha, porque é importante recordar, que a criação do concelho do Bombarral, tem uma umbilical ligação ao vinho e á construção do Caminho de Ferro, as primeiras vinhas foram plantadas por Lafetá na Quinta dos Loridos, no sec.XVI , seguindo – se uma forte expansão no sec XIX. .
No sec XIX e XX, nesta expansão teve grande importancia o trabalho dos pequenos e médios proprietarios agricolas, rendeiros, trabalhadores rurais, que abandonaram a produção de cereais, arrotearam bravios pinhais e matagais, alquevaram montes e vales, plantando novas vinhas.
O concelho do Bombarral deve uma homenagem aos valorosos migrantes oriundos de varias regiões do País, cuja força de trabalho ou capacidade empresarial, contribuiram de forma decisiva para a consolidação economica e social, que levou á criação do concelho, uma vez que instalaram prestigiosas empresas e aumentaram significativamente a população residente
O Bombarral não tem aproveitado a recriação historica, a influencia que o Caminho de Ferro teve na sua constituição como concelho e desenvolvimento economico e social, estimulou a plantação de vinhas, a instalação de armazenistas e comercialização de fertilizantes e fungicidas, CUF e SAPEC, a instalação de importantes armazenistas e comerciantes de vinho e seus derivados.
Os vinhos e aguardentes do Bombarral, numa epoca em que não havia estradas, eram precisas 2 juntas de bois, para puxar um carro, transportando um casco cheio de vinho ate á vila, onde estavam sedeados os armazens, que o recepcionavam, para posteriormente transporta - los em Vagons, carregados de cascos ou barris, ate ao Porto Maritimo de Lisboa, algum até chgou á Suiça, muito era enviado pachorradamente por via maritima até Angola e Moçambique, ainda hoje, na cidade do Maputo, a marca Bombarril é uma referencia, e seguindo o trilho dos carris para Norte, chegou ás proximidades dos lendários armazens de Vila Nova de Gaia/Porto, Vinho do Porto..
A memória histórica do vinho do Bombarral, põe á disposição de politicos, estudiosos, historiadores, formadores, designers, artesãos, tecnicos de marketing e turismo, produtores, entusiastas e organizadores, toda uma amalgma de motivos temáticos temporais, que tem a obrigação de dignificar a memoria de humildes trabalhadores rurais, pequenos viticultores, empreendedores Bombarralenses com maior notariedade, e a história de empresas como, as Caves da Quinta dos Loridos, grupo Abel Pereira da Fonseca, Jose Barardo, Pereiras Bernardinos, Patuleias e Patuleias, Sá Dias e Filho, Armazem da Borra, Junta Nacional do Vinho, Adega Cooperativa do Bombarral, Adegas particulares .….
O Bombarral por motivos politico – conjunturais, que nunca defenderam uma pratica grupal de produção e comercialização na vitivinicultura, viu a sua estrutura mini – fundiária, impotente para enfrentar as directivas que a CEE impôs, e actualmente a viticultura tem uma importancia economica e social aquém do passado não muito distante.
Todavia, o Bombarral, na actualidade continua a ser conhecido á custa do vinho, a nivel nacional e internacioal, através do esforço empresarial da Companhia Agricola do Sanguinhal e das Caves da Quinta dos Loridos.
Já que estamos a falar do vinho e do Festival do Vinho, temos obrigação de não deixar esquecer 2 pessoas, que por direito próprio, ficarão para sempre ligados á historia deste certame, pela disponibilidade pessoal e artistica, que ao longo dos tempos sempre manifestaram, eu, tenho de tirar o chapéu, ao senhor Henrique Cortes e á memória do saudoso Vítor da Custódia.





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