terça-feira, 9 de junho de 2009

O Bombarral e o Mercado Rural


Os obreiros da actual conjuntura politica, uma aburguesada classe politica internacional, nacional, regional e até local, decidiram a seu belo prazer e fantasia, que a maioria dos cidadãos que garantem o quotidiano da vida produtiva do País, através das pequenas e medias empresas, estão condenados ao desemprego ou a emigrar para paragens sem destino.
O concelho do Bombarral, devido á sua constituição económica e social, demasiado dependente do sector primário, está perigosamente fragilizado.
A agricultura sem ajudas politicas, para poder competir num mercado politicamente aberto, sem regras, onde os produtos agricolas muitas vezes são vendidos abaixo dos custos de produção, com os factores de produção a subirem todos os dias, com uma excepção nos salários, leva em termos gerais a uma quebra de rendimento das familias.e dos cidadãos
Perante este cenário , o comercio, industria e serviços do concelho do Bombarral tem de estar confrontados com uma em latente crise endógena.
O Bombarral corre o risco de ser um concelho povoado por velhos, homens e mulheres, que depois de uma vida de trabalho, definham na saudade, devido á ausência dos seus entes mais queridos, obrigados a emigrar ou migrar para outras paragens, á procura de uma vida que a sua terra não lhe proporcionou.
Mas, o Bombarral tem potencialidades I Tem de ser promovidas, tem território, tem história, tem acessibilidades e ainda tem gente disposta a remar conta a maré fatalista.
Os agentes políticos, económicos, sociais e culturais…, se quiserem podem contribuir para tornar um desiderato que parece subjectivo, em realidade objectiva, e colocar o concelho do Bombarral no lugar que já foi seu.
È difícil, mas é preciso tentar1 Mas com a teimosia de alguns, fundamentada no conhecimento empírico, mas também técnico, enfrentando ventos e marés contrárias, devagar mas com mão firme no leme do barco, tentam chegar a bom porto.
A AAO – Associação de Agricultores do Oeste sempre defendeu a criação de uma rede de feiras de produtos tradicionais, no Oeste profundo e litoral. Estas feiras são um alternativo as grandes superfícies de distribuição agro – alimentar, onde os produtores, micro – comerciantes ou pequenos produtores podem vender todos os fins de semana, produtos agrícolas frescos convencionais e biológicos, doçaria, licores, compotas, pão caseiro, vinhos, mel, queijos, carnes fumadas, artesanato rural, artes decorativas rurais....
Este tipo de iniciativas foram estudadas há vários anos em trabalhos desenvolvidos pela ADRO - Agencia de Desenvolvimento da Região Oeste, com a participação da Associação de Agricultores do Oeste, na qualidade de entidade fundadora e integrando a sua direcção, e grupos técnicos, que desenvolveram vários trabalhos de pesquisa em Espanha, França e Portugal, no âmbito dó programa comunitário IQAD, objectivando o apoio e desenvolvimento das economias locais, á escala local.
Em, França há mais de uma dúzia de anos, contactámos com pequenas feiras de produtos agrícolas e agro - alímentares biológicos, produtos de fabrico artesanal ..em aldeias, vilas….no adro das igrejas, junto a património arquitectónico, caves de produção vinca …. aproveitando as sinergias do turismo na descoberta do Mundo Rural. Melhor criando , nichos de mercado para absorver nichos de produção, organizando nichos de oferta de produtos de qualidade.
Isto é uma perspectiva politica e social de fixar populações ao meio, e dinamizar o comercio e serviços locais, através da procura de produtos tradicionais de qualidade a preços mais atraentes por parte de uma população urbana, sequestrada nas malhas do quotidiano das grandes cidades.
O publico – alvo destes mercados são os fluxos demográficos urbanos que se deslocam, atravessando todos os fins de semana a Região, em direcção ás praias Oestinas ou possuem segunda habitação em ambiente rural, e pretendem comprar produtos de fabrico artesanal directamente aos produtores.
Como já existem, aos Sábados em Óbidos, o Mercado de Produtos Biológicos, no primeiro Sábado de cada mês em Torres Vedras a Feira Rural, no ultimo Sábado de cada mês na Lourinhã, a Feira da Batata – Mostra do Mundo Rural, organizada pela AAO, em parceria com o Município da Lourinhã, desde Setembro de 2005, foi considerado por esta, que o Bombarral possui potencialidades para integrar esta rede.
A AAO depois de realizar várias reuniões com o presidente da Junta de Freguesia do Bombarral, que manifestou todo o interesse, só tardou uma fonte de financiamento para iniciar o certame.
Entretanto a AAO depois de realizar algumas reuniões com o Vereador da Agricultura da CMB, apresentou por escrito uma proposta para a realização de um certame denominado " Mercado dos Sabores e Artes Rurais.. com o horário das 9h ás 18h, realizado na Praça do Municipio. Rua do Comercio, parte da Rua Luís de Camões a fazer ligação ao Largo da Igreja. Com uma valência a agregar a este mercado, a criar com o sector da restauração uma rota de restaurantes com ementa rural e uma bio – ementa…para motivar a vinda de pessoas ao Bombarral, habituados a comer pizas e pô - los a comer bem. Tardou uma resposta e então a AAO resolveu levar o assunto a uma reunião publica da CMB.
Esta intenção foi conhecida, e levou á constituição de um grupo de trabalho, de que fizeram parte, Feliz Alberto Jorge - AAO, Marcos Proença e Susana Manco - Comerciantes e Jose Manuel Vieira – JF Bombarral.
Foi acordado entrar para a comissão a CMB, o mercado passou a chamar – se Mercado Rural, era para começar em Abril de 2008, a CMB atrasou financiamento par comprar alguns equipamentos, toldos e mesas, criar uma estratégia promocional, e adiou de forma uniteral, o seu inicio
Actualmente, a CMB chamou a si a organização do Mercado Rural, ignorando as pessoas e as instituições, que apresentaram a proposta inicial e os representantes dos comerciantes que viram esquecida uma promessa politica por parte da CMB. O Mercado Rural seria uma contrapartida ao comercio tradicional, em relação á instalação no Bombarral, da empresa de distribuição retalhista MODELO.
Em Portugal e no Oeste, como se pensa tudo em grande muitas vezes para gáudio das moscas, é bom que no Bombarral se avance á sua medida, pensando sempre no futuro.

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